quinta-feira, 24 de setembro de 2020

8° Ano - ARTE - 3° Bimestre/ Processo de criação em Teatro

 Momento de Apreciação 

 Leia com atenção o texto indicado a seguir. Finalizada a leitura, faça um momento de reflexão e análise sobre como funciona um processo de trabalho artístico coletivo e/ou colaborativo em processos criativos de produção teatral.

Asdrúbal Trouxe o Trombone – Um projeto artístico de criação coletiva

O grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone foi criado no Rio de Janeiro, em 1974, com a liderança de Hamilton Vaz Pereira e a participação de Regina Casé, Luiz Fernando Guimarães, Evandro Mesquita e Patrícia Travassos entre outros. Asdrúbal Trouxe o Trombone colocou em evidência, na história do teatro brasileiro, o processo de criação coletiva, no que se refere à concepção cênica, aos figurinos, à interpretação e à dramaturgia. O grupo tinha a singularidade de não se sentir como um grupo de “atores” que fazia teatro, e sim que fazia “Asdrúbal”. Essa marca poética parece ter sido o modo encontrado pelo grupo para preservar certa diferença de outros grupos importantes da época e de atores que faziam em cena o que era oferecido no mercado como oportunidade profissional. Um trabalho que marcou a carreira do grupo – e que, à época, trouxe um frescor à linguagem teatral – foi a criação coletiva “Trate-me leão (1977)”, uma sequência de cenas curtas sobre problemas da adolescência e da juventude. O tema de Trate-me leão é o tédio, em que ninguém tem objetivo na vida, há um sentimento de abandono, de não saber como continuar. A gênese da estrutura narrativa de “Trate-me leão” é a vivência pessoal dos integrantes do grupo. O texto ia sendo escrito em casa pelos atores, por meio da pesquisa com pessoas do prédio, da família, gerando cenas e diálogos que traziam para o palco a própria vida. Durante nove meses de criação, Hamilton Vaz Pereira, em um trabalho de colaboração entre os participantes, fez o esboço de cenas, identificando núcleos temáticos no material apresentado pelo grupo. Ao mesmo tempo, a criação de cenas emergia de improvisações e jogos coletivos que permitiam a invenção expressiva dos participantes do grupo. Esse processo de criação fazia o trabalho do Asdrúbal ser ancorado na criação coletiva, tanto na construção da narrativa textual como na composição das personagens com base no repertório pessoal expressivo dos participantes durante as improvisações. Podemos dizer, então, que a criação coletiva do Asdrúbal era um processo criativo teatral que tinha como características: a presença da expressão de todos os integrantes do grupo; a “grupalidade”, como possibilidade de se reunir para falar de si e ouvir o outro; os pedaços da própria história de vida e a vontade de experimentar com o grupo outras possibilidades de cena e de vida; a experimentação da linguagem teatral por meio do improviso como processo de trabalho e a necessidade de trazer para o palco a própria vida. Esse processo de criação coletiva resultava em uma encenação que deixava transparecer um jeito próprio de representar de cada um, que era descoberto durante as improvisações e os ensaios, assim como, durante a encenação, cenas inéditas poderiam aparecer no “aqui-agora” do palco, formando uma autoria coletiva. Ou seja, em vez de seguir procedimentos tradicionais calcados sobre o fator segurança (texto decorado, marcação prematura, especialização de tarefas), o Asdrúbal, em seu processo de criação coletiva, arriscava adentrar o terreno dos lapsos, das falhas, do inesperado que revela aspectos desconhecidos durante os improvisos. A construção estética teatral dos espetáculos do Asdrúbal era feita do aproveitamento de materiais. A iluminação era caseira e precária, os

cenários, grafitados e os figurinos com indumentária das roupas de rua. Os atores traziam ao palco interpretações que mostravam a espontaneidade dos intérpretes, dando ação a uma dramaturgia escrita com base nos trechos de diários, na narração de casos de família, na recitação da poesia do amigo, na cena da briga de namoro, nas trilhas sonoras roqueiras de contestação à família e ao teatro comercial. O teatro de grupo dos anos 1970 era feito do e no trabalho coletivo. No final dessa década, já estava claro que a criação coletiva não era um movimento nem um estilo de época, mas um método de trabalho marcado pelo mesmo dinamismo que caracterizava o modo de fazer teatro contemporâneo no que hoje é chamado de processos colaborativos.

Fonte: Texto elaborado para 0 Material de Apoio ao Currículo Paulista - São Paulo Faz Escola



 


Características do Poema Lírico Língua Portuguesa Prof. Maria Cristina 1ªs séries A,B,C e D

 

E.E. VEREADOR SEBASTIÃO MÔNACO             PROFESSORA : MARIA CRISTINA      LÍNGUA PORTUGUESA

ATIVIDADE DA SEMANA DE 21/09 A 24/09   1ªS SÉRIES: A, B, C e D

GÊNERO LÍRICO

GÊNERO LÍRICO ORIGINOU-SE NA GRÉCIA ANTIGA, ÉPOCA EM QUE A MANIFESTAÇÃO POÉTICA ERA APRESENTADA AO PUBLICO ORALMENTE, EM FORMA DE CANTO, O QUAL ERA ACOMPANHADO POR UM INSTRUMENTO MUSICAL CHAMADO LIRA. SUA MANIFESTAÇÃO EM FORMA DE CANTO PERDURA ATÉ O FINAL DA IDADE MÉDIA, MOMENTO A PARTIR DO QUAL O GÊNERO LÍRICO PASSA A TER NA PALAVRA ESCRITA SEU PRINCIPAL MEIO DE COMPOSIÇÃO E DE DIFUSÃO.

ESSE REGISTRO NO PAPEL CONTRIBUIU PARA QUE CADA VEZ MAIS OS POETAS EXPERIMENTASSEM FORMAS MAIS SOFISTICADAS DE COMPOSIÇÃO, COMO O USO DA MÉTRICA, A CONSTRUÇÃO DE RIMAS, A SELEÇÃO VOCABULAR E A DISPOSIÇÃO DAS PALAVRAS NO ESPAÇO GRÁFICO. ESSAS CARACTERÍSTICAS, PORÉM, ISOLADAMENTE, NÃO DEFINEM O GÊNERO LÍRICO, QUE TAMBÉM APRESENTA COMO TRAÇO PRINCIPAL A MANIFESTAÇÃO DA SUBJETIVIDADE

 

CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO LÍRICO

 

• EU LÍRICO

COMO UMA DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO LÍRICO É A MANIFESTAÇÃO DA SUBJETIVIDADE, OU SEJA, A MANIFESTAÇÃO DE ASPECTOS LIGADOS À INTERIORIDADE DE UM SUJEITO, DÁ-SE O NOME DE EU LÍRICO À VOZ QUE SE EXPRESSA NO POEMA. NO ENTANTO, HÁ QUE SE ATENTAR PARA O FATO DE QUE O EU LÍRICO NÃO NECESSARIAMENTE CORRESPONDE À VOZ DO POETA, AFINAL, ELE PODE MATERIALIZAR EM SEU POEMA UM EU LÍRICO DISTINTO DE SEU EU BIOGRÁFICO.

 

LINGUAGEM

NO GÊNERO LÍRICO, NORMALMENTE É UTILIZADA A LINGUAGEM CONOTATIVA, OU SEJA, QUANDO AS PALAVRAS EMPREGADAS ESTÃO EM SEU SENTIDO FIGURADO, EM SEU SENTIDO POÉTICO. ASSIM, O POETA TENDE A ALTERAR O SENTIDO DE PALAVRAS CRISTALIZADAS NO COTIDIANO PARA ATRIBUIR-LHE UM SENTIDO MAIS AMPLO. O LEITOR, POR SUA VEZ, VÊ-SE, NO MOVIMENTO DE LEITURA E DE INTERPRETAÇÃO, COMO ALGUÉM QUE PRECISA DECODIFICAR AS PALAVRAS PRESENTES NO POEMA PARA ALÉM DE SEU SENTIDO DENOTATIVO, TENDO COMO AUXÍLIO O CONTEXTO EM QUE CADA VOCÁBULO APARECE.

NO GÊNERO LÍRICO, O USO DAS FIGURAS DE LINGUAGEM, COMO A ALITERAÇÃO (REPETIÇÃO DE CONSOANTE), A ASSONÂNCIA (REPETIÇÃO DE VOGAL) E O PARALELISMO (REPETIÇÃO DE FRASES E ORAÇÕES), CONTRIBUI PARA O ALCANCE DA LINGUAGEM POÉTICA.

 

DISPONÍVEL EM : https://brasilescola.uol.com.br/literatura/genero-lirico.htm

 

ATIVIDADE AVALIATIVA DA SEMANA DE 21 A 24 DE SETEMBRO 1ªS SÉRIES A, B, C e D PROF. MARIA CRISTINA LÍNGUA PORTUGUESA

 

ATIVIDADE AVALIATIVA DE 21 A 24 DE SETEMBRO DE 2020 1ª SÉRIES: A, B, C  e D

 

LEIA OS TRECHOS ABAIXO DAS CANTIGAS E CLASSIFIQUE-AS EM: CANTIGAS DE AMOR, CANTIGAS

 

DE AMIGO, CANTIGAS DE ESCÁRNIO OU CANTIGAS DE MALDIZER.

 

ENVIE SUAS RESPOSTAS PARA O MEU WHATSAPP NO PRIVADO.

 

 

1)     

1) 

“Ai, dona fea, foste-vos queixar

que vos nunca louv[o] em meu cantar;

mais ora quero fazer um cantar

em que vos loarei toda via;

e vedes como vos quero loar:

dona fea, velha e sandia! (…)”.

 

2)     

2) 

Maria Pérez se maenfestou

noutro dia, ca por [mui] pecador

se sentiu, e log'a Nostro Senhor

pormeteu, polo mal em que andou,

que tevess'um clérig'a seu poder,

polos pecados que lhi faz fazer

o Demo, com que x'ela sempr'andou.

 

3)   3)

E nunca ja poderey aver ben,
poys que amor já non quer nen quer Deus;
mays os cativos d’estes olhos meus
morrerán sempre por veer alguen:
choran e cegan, quand’alguen non veen,
e ora cegan por alguen que veen.

 

 

 

4)     

Ai flores, ai, flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo?
ai, Deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado?
ai, Deus, e u é?

 

ATIVIDADE DE REVISÃO DE CONTEÚDO DO 3º BIMESTRE LÍNGUA PORTUGUESA PROFESSORA MARIA CRISTINA 1ªS SÉRIES A, B, C e D d

 

REVISÃO DO CONTEÚDO DO 3º BIMESTRE 1ªS SÉRIES: A, B, C e D

 

LÍNGUA PORTUGUESA PROFESSORA: MARIA CRISTINA

Trovadorismo: história e características

O Trovadorismo foi o primeiro movimento literário português. Foi marcado, principalmente, pelas poesias e cantigas. Leia este texto para saber mais.

Introdução: o que foi

 

Podemos dizer que o Trovadorismo foi a primeira manifestação literária da Língua Portuguesa.

 

Contexto histórico

 

- Surgiu no século XII, em plena Idade Média, período em que Portugal estava no processo de formação nacional.

 

- Na área econômica e política, Portugal vivia no período do Feudalismo.

 

- Estava ocorrendo na Península Ibérica o processo de Reconquista. Vale lembrar que os muçulmanos invadiram o sul de Portugal e Espanha no começo do século VIII. As guerras de reconquista ocorreram entre os séculos VIII e XV.

 

Marco inicial: origem e história

 

O marco inicial do Trovadorismo foi a “Cantiga da Ribeirinha” (conhecida também como “Cantiga da Garvaia”), escrita por Paio Soares de Taveirós, no ano de 1189. Esta fase da literatura portuguesa vai até o ano de 1418, quando começa o Quinhentismo. 

 

Trovadores e Cancioneiros

 

Na lírica medieval, os trovadores eram os artistas de origem nobre, que compunham e cantavam, com o acompanhamento de instrumentos musicais, as cantigas (poesias cantadas). Estas cantigas eram manuscritas e reunidas em livros, conhecidos como Cancioneiros. Temos conhecimento de apenas três Cancioneiros. São eles: “Cancioneiro da Biblioteca”, “Cancioneiro da Ajuda” e “Cancioneiro da Vaticana”.

 

Os trovadores de maior destaque na lírica galego-portuguesa foram: Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirós, João Garcia de Guilhade, Aires Nunes e Meendinho.

 

Os tipos de cantigas e suas principais características e temas

 

No Trovadorismo galego-português, as cantigas são divididas em: Satíricas (Cantigas de Maldizer e Cantigas de Escárnio) e Líricas (Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo). 

 

Cantigas de Maldizer: através delas, os trovadores faziam sátiras diretas, chegando muitas vezes a agressões verbais. Em algumas situações eram utilizados palavrões. O nome da pessoa satirizada podia aparecer explicitamente na cantiga ou não.

 

Cantigas de Escárnio: nestas cantigas o nome da pessoa satirizada não aparecia. As sátiras eram feitas de forma indireta, utilizando-se de duplos sentidos.

 

Cantigas de Amor: neste tipo de cantiga o trovador destacava todas as qualidades da mulher amada, colocando-se numa posição inferior (de vassalo) a ela. O tema mais comum era o amor não correspondido. As cantigas de amor reproduziam o sistema hierárquico na época do feudalismo, pois o trovador passava a ser o vassalo da amada (suserana), esperando receber um benefício em troca de seus “serviços” (as trovas, o amor dispensado, sofrimento pelo amor não correspondido).

 

Cantigas de Amigo: enquanto nas Cantigas de Amor o eu lírico era um homem, nas de Amigo era uma mulher (embora os escritores fossem homens). A palavra amigo nestas cantigas tem o significado de namorado. O tema principal é a lamentação da mulher pela falta do amado.

 

Disponível em: https://www.suapesquisa.com/artesliteratura/trovadorismo.htm