Surpresas de pandemia
O casamento estava marcado havia oito meses. A festa do casório fora cancelada, já que em tempos pandemia de Covid-19 não seria possível a aglomeração de pessoas. Um dos meus sonhos, então, não seria realizado como programado. Casamento sem festa, sem convidados. Sem lógica!!! Que triste!!!
O álbum de fotos? Sim... nós dois tínhamos decidido que faríamos montagens com cada convidado. Tudo muito frio, mas, de alguma forma, iríamos ter a presença dos parentes e amigos em nosso casamento, e muitas fotos para mostrar aos nossos filhos futuramente.
Começamos a entregar os convites, sempre pedindo desculpas, pois parecia que cada convite entregue era um pedido de presente e, sem festa, não haveria retribuição. Pode ser um pensamento equivocado, mas era a minha sensação.
Após um dia inteiro de entregas (pelo menos levávamos os convites à casa de cada convidado, embora ficássemos nos portões ou portarias), faltavam apenas os convites dos padrinhos. Pois é, contrariamos o normal!
Ficaram por último, logística e intimidade, afinal, poderíamos chegar tarde às casas dos padrinhos e não sentir constrangimento algum. Os padrinhos sempre são os mais chegados!
Deixamos os convites na casa do Igor e da Romy, mas foi tudo muito rápido, porque a bebê deles acabara de nascer. Seguimos para a casa do Rodrigo e da Mônica, amigos bem descolados, festeiros. Chegando lá, não conseguimos apenas deixar o convite, tivemos de entrar um pouquinho.
Os dois estavam “bravos” conosco, achavam que poderíamos esperar a pandemia passar para realizar o casamento, pois eu e meu noivo já estávamos morando juntos. Encontramos algumas justificativas que os convenceram, mas ouvimos o seguinte:
— Beleza, casal, não poderemos fazer tudo o que havíamos combinado para o casamento de vocês, mas faremos uma surpresa, fechado?
— Fechado, cara! — concordou o meu noivo.
Terminamos de tomar o nosso cafezinho e fomos embora com a sensação de dever cumprido, porém intrigados com o que seria a tal surpresa. Rodrigo e Mônica são muito criativos.
Embora em home office, com máscara, com álcool em gel, sem visitas, sem abraços, com isolamento e distanciamento, os dias passaram muito rápido e o tão esperado evento chegou. A cerimônia estava marcada para as onze horas, em casa mesmo, com a presença de um juiz de paz. Em seguida, nós dois sairíamos para tirar fotos em alguns lugares. Enfim, era o que poderíamos fazer.
De repente, toca o celular do meu noivo, era o Rodrigo, chorando muito, desesperado, soluçava, não conseguia falar. Ficamos nervosos também. Algo muito grave havia acontecido. Tentamos acalmá-lo e, em meio aos soluços, Rodrigo conseguiu pronunciar:
— A surpresa, cara... estou me sentindo um nada...
— Irmão, mas o que aconteceu?
— Não haverá surpresa! Não haverá surpresa... Indignação total!!! Justo com você, o meu parça!!!
— Acalme-se, está tudo bem!!! Imprevistos acontecem!!! Mas é só isso?
— Cara, não é só isso... É muita humilhação!!! A sua rua está cheia de carros com os convidados dentro, esperando por vocês!!! Eu combinei com os convidados que distribuiria um pouco de arroz para eles jogarem no carro de vocês, quando saíssem para as fotos, mas não tive dinheiro, cara... Você viu o preço do arroz?!?!
De verdade, não sabíamos se ríamos ou chorávamos. O Rodrigo estava transtornado. Meu noivo tentou acalmá-lo, segurando os risos misturados à tensão do dia. Ligamos rapidamente para a Romy que, sempre rápida nas soluções e estando no mundo das crianças, substituiu o arroz por balões de festa coloridos. Deu tudo certo! Todos estouravam os seus balões, à medida que o nosso carro se aproximava, cumprimentando-nos pelo enlace matrimonial em tempos de surpresas de pandemia.
Retomando
Coerência
Coerência é a propriedade do texto que permite que se construa sentido a partir dele, estabelecendo relação entre suas partes e entre o próprio texto e a situação de sua ocorrência, ou seja, é a relação lógica das ideias de um texto.
Podemos dizer que não há coerência num texto contraditório e redundante ou cujas ideias iniciadas não são concluídas.
Para ter coerência, o discurso precisa ser claro, haver fluência e eficácia na leitura.
Coesão
A coesão é a organização correta e adequada da utilização das palavras que propiciam a ligação entre frases, períodos e parágrafos de um texto. Ela é feita através de preposições, de conjunções, de alguns advérbios e de locuções adverbiais.
Por dentro do conteúdo
Para escrever um texto coerente, é necessário:
Ter conhecimento sobre o mundo e as suas atualidades, utilizar inferências, contextualizar a ideia transmitida, ter um texto rico em informação e interessante para o leitor, não se contradizer, ter argumentos válidos (no caso de textos argumentativos).
Coerência narrativa
Nos textos narrativos, como a crônica que lemos, é obedecida uma lógica entre ações e personagens. Cada ação obedece a um tempo que permite conhecer a ordem dos acontecimentos sem contradições.
Atividade – Coerência
Responda no caderno
1- Você conseguiu entender o texto de maneira simples e lógica?
2-Em sua opinião, esse texto está contextualizado com os dias atuais? Qual seu contexto?
3-A relação entre as personagens e as ações funciona de forma lógica?
4- Analise o trecho do texto:
“Deixamos os convites na casa do Igor e da Romy, mas foi tudo muito rápido, porque a bebê deles acabara de nascer. Seguimos para a casa do Rodrigo e da Mônica, amigos bem descolados, festeiros. Chegando lá, não conseguimos apenas deixar o convite, tivemos de entrar um pouquinho.”.
Qual o valor semântico, ou seja, o significado atribuído à conjunção “porque” em destaque?
a) Adição – soma ou acréscimo.
b) Adversidade – ideia contrária.
c) Alternativa – opções.
d) Conclusão.
e) Explicação.
5. Substitua a conjunção “porque” por outra sem perder o sentido.
===============================================
AULA 02/10/20
RECRIAR PODE
SER DIVERTIDO.
TEMA DA AULA: CRIAÇÃO DE FOTOCRÔNICA
Link da aula: https://www.pebsp.com/videos/8-ano-portugues-recriar-pode-ser-divertido-02-10-2020/
Acolhida – Responda no caderno
Você gosta de histórias em quadrinhos?
Qual é a sua preferida?
Você já criou alguma HQ?
O gênero fotocrônica
Uma FOTOCRÔNICA é uma maneira bem particular de contar uma história, pois mescla crônica, quadrinhos e fotografia.
Na década de 1950, as fotonovelas faziam sucesso e levavam entretenimento com bastante romance e humor aos seus leitores. Eram muito semelhantes às histórias em quadrinhos, porém, as personagens eram ilustradas com fotos de pessoas em cenários reais.
Características da fotocrônica
Linguagem híbrida: a parte visual é composta por fotografias.
Presença de humor. A função social é o entretenimento.
A narração é transformada em quadros com diálogos e pouca descrição.
Transposição do discurso indireto para o direto e vice-versa.
Faz-se necessária a criação de uma storyboard que norteie o projeto da fotocrônica.
Acompanhemos o texto
Surpresas de pandemia
O casamento estava marcado havia oito meses. A festa do casório fora cancelada, já que em tempos de pandemia de Covid-19 não seria possível a aglomeração de pessoas. Um dos meus sonhos, então, não seria realizado como programado. Casamento sem festa, sem convidados. Sem lógica!!! Que triste!!!
O álbum de fotos? Sim... Nós dois tínhamos decidido que faríamos montagens com cada convidado. Tudo muito frio, mas, de alguma forma, iríamos ter a presença dos parentes e amigos em nosso casamento, e muitas fotos para mostrar aos nossos filhos futuramente.
Começamos a entregar os convites, sempre pedindo desculpas, pois parecia que cada convite entregue era um pedido de presente e, sem festa, não haveria retribuição. Pode ser um pensamento equivocado, mas era a minha sensação.
Após um dia inteiro de entregas (pelo menos levávamos os convites à casa de cada convidado, embora ficássemos nos portões ou portarias), faltavam apenas os convites dos padrinhos. Pois é, contrariamos o normal! Ficaram por último, logística e intimidade, afinal, poderíamos chegar tarde às casas dos padrinhos e não sentir constrangimento algum. Os padrinhos sempre são os mais chegados!