sexta-feira, 11 de setembro de 2020

 

'ATIVIDADE DE LÍNGUA PORTUGUESA DE 08/09 A 10/09

Professora Maria Cristina 1ªs séries A, B, C e D

OS GÉNEROS LITERÁRIOS TRADICIONAIS QUE CITA SÃO CARACTERIZADOS DA SEGUINTE FORMA:

 

1. A tragédia apresenta um conflito humano, onde a força das paixões se faz sentir, mas em que a intervenção do destino delimita a vontade dos homens. A tragédia clássica é composta por um prólogo e quatro ou cinco atos. Subordinava-se à lei das três unidades, sendo estas a ação, o lugar e o tempo.

 

2. A farsa é um género teatral com o fito de fazer uma caricatura e crítica à sociedade, geralmente num só ato.

 

3. O auto é um termo genérico aplicável ao teatro do século XVI; «envolve peças cujo assunto vai do religioso ao profano, do sério ao cómico» (Introdução ao Texto Literário, de Mário Carmo e M. Carlos Dias. Didática Editora. Lisboa, 1978 , p. 163).

 

4. Epopeia é uma narração em verso de um tema grandiloquente, a que estão ligados feitos heroicos realizados por elementos destacados de um povo, ou pelo próprio povo. A narração começa in media res (no meio da ação), as personagens são humanas, lendárias, deuses e divindades ou fantásticas. A estrutura externa é dividida em cantos, e a métrica pode variar de epopeia para epopeia; porém, na mesma epopeia mantém-se. O número de versos por estrofe varia consoante a epopeia. A estrutura interna apresenta uma proposição (síntese do que vai ser tratado na narração), invocação (apelo a deuses ou divindades para inspirar o poeta para elaborar o poema em estilo grandioso) e narração (relato pormenorizado do acontecimento). Nem todas apresentam a dedicatória (como acontece em Os Lusíadas).

 

5. A comédia é uma «representação satírica de ações humanas, normalmente inferiores, medíocres ou tolas» (Introdução ao Texto Literário, de Mário Carmo e M. Carlos Dias. Didática Editora. Lisboa, 1978 , p. 165).

Disponível em :in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/a-definicao-de-tragedia-farsa-auto-epopeia-e-comedia/33941 [consultado em 11-09-2020]

FARSA OU AUTO DE INÊS PEREIRA GIL VICENTE

INÊS:  Renego deste lavrar E do primeiro que o usou; Ó diabo que o eu dou, Que tão mau é d'aturar. Oh Jesu! que enfadamento, E que raiva, e que tormento, Que cegueira, e que canseira! Eu hei-de buscar maneira D'algum outro aviamento.

QUESTÕES:

1)      Ines Pereira inicia o texto reclamando. Qual é o motivo da sua reclamação ?

MÃE:  Logo eu adivinhei Lá na missa onde eu estava, Como a minha Inês lavrava A tarefa que lhe eu dei... Acaba esse travesseiro! Hui! Nasceu-te algum unheiro? Ou cuidas que é dia santo?

INÊS:  Praza a Deos que algum quebranto? Me tire do cativeiro.

2)      Como você classifica o relacionamento entre mãe e filha da peça ?

 

MÃE:  Toda tu estás aquela! Choram-te os filhos por pão?

INÊS Prouvesse a Deus! Que já é razão De eu não estar tão singela.

MÃE:  Olha de ali o mau pesar... Como queres tu casar Com fama de preguiçosa?

INÊS:  Mas eu, mãe, sam aguçosa E vós dais-vos de vagar.

3)      Esta peça foi escrita em 1523, mas alguns valores ainda estão presentes hoje em dia. Quais são eles ?

4)      Qual é a sua opinião sobre a fala das personagens lembrando que elas são do Século XVI ?

INÊS: Que pecado foi o meu? Porque me dais tal prisão?

ESCUDEIRO:  Vós buscastes discrição, Que culpa vos tenho eu? Pode ser maior aviso, Maior discrição e siso Que guardar o meu tisouro? Não sois vós, mulher meu ouro? Que mal faço em guardar isso? Vós não haveis de mandar Em casa somente um pêlo. Se eu disser: – isto é novelo – Havei-lo de confirmar E mais quando eu vier De fora, haveis de tremer; E cousa que vós digais Não vos há-de valer mais Que aquilo que eu quiser.

5)      Quais justificativas o marido dá para mantê-la presa em casa ?

6)      A Farsa de Inês Pereira é uma comédia ou tragédia ?