'ATIVIDADE DE LÍNGUA PORTUGUESA DE 08/09 A 10/09
Professora Maria Cristina 1ªs séries A, B, C e D
OS GÉNEROS LITERÁRIOS TRADICIONAIS
QUE CITA SÃO CARACTERIZADOS DA SEGUINTE FORMA:
1. A tragédia apresenta um
conflito humano, onde a força das paixões se faz sentir, mas em que a
intervenção do destino delimita a vontade dos homens. A tragédia clássica é
composta por um prólogo e quatro ou cinco atos. Subordinava-se à lei das três
unidades, sendo estas a ação, o lugar e o tempo.
2. A farsa é um género teatral
com o fito de fazer uma caricatura e crítica à sociedade, geralmente num só
ato.
3. O auto é um termo genérico
aplicável ao teatro do século XVI; «envolve peças cujo assunto vai do religioso
ao profano, do sério ao cómico» (Introdução ao Texto Literário, de Mário Carmo
e M. Carlos Dias. Didática Editora. Lisboa, 1978 , p. 163).
4. Epopeia é uma narração em
verso de um tema grandiloquente, a que estão ligados feitos heroicos realizados
por elementos destacados de um povo, ou pelo próprio povo. A narração começa in
media res (no meio da ação), as personagens são humanas, lendárias, deuses e
divindades ou fantásticas. A estrutura externa é dividida em cantos, e a
métrica pode variar de epopeia para epopeia; porém, na mesma epopeia mantém-se.
O número de versos por estrofe varia consoante a epopeia. A estrutura interna
apresenta uma proposição (síntese do que vai ser tratado na narração),
invocação (apelo a deuses ou divindades para inspirar o poeta para elaborar o
poema em estilo grandioso) e narração (relato pormenorizado do acontecimento).
Nem todas apresentam a dedicatória (como acontece em Os Lusíadas).
5. A comédia é uma
«representação satírica de ações humanas, normalmente inferiores, medíocres ou
tolas» (Introdução ao Texto Literário, de Mário Carmo e M. Carlos Dias.
Didática Editora. Lisboa, 1978 , p. 165).
Disponível em :in Ciberdúvidas
da Língua Portuguesa,
https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/a-definicao-de-tragedia-farsa-auto-epopeia-e-comedia/33941
[consultado em 11-09-2020]
FARSA OU
AUTO DE INÊS PEREIRA GIL VICENTE
INÊS: Renego deste lavrar E do primeiro que o usou;
Ó diabo que o eu dou, Que tão mau é d'aturar. Oh Jesu! que enfadamento, E que
raiva, e que tormento, Que cegueira, e que canseira! Eu hei-de buscar maneira
D'algum outro aviamento.
QUESTÕES:
1) Ines
Pereira inicia o texto reclamando. Qual é o motivo da sua reclamação ?
MÃE: Logo eu adivinhei Lá na missa onde eu estava,
Como a minha Inês lavrava A tarefa que lhe eu dei... Acaba esse travesseiro!
Hui! Nasceu-te algum unheiro? Ou cuidas que é dia santo?
INÊS: Praza a Deos que algum quebranto? Me tire do
cativeiro.
2) Como
você classifica o relacionamento entre mãe e filha da peça ?
MÃE: Toda tu estás aquela! Choram-te os filhos por
pão?
INÊS Prouvesse a Deus! Que
já é razão De eu não estar tão singela.
MÃE: Olha de ali o mau pesar... Como queres tu
casar Com fama de preguiçosa?
INÊS: Mas eu, mãe, sam aguçosa E vós dais-vos de
vagar.
3) Esta
peça foi escrita em 1523, mas alguns valores ainda estão presentes hoje em dia.
Quais são eles ?
4) Qual
é a sua opinião sobre a fala das personagens lembrando que elas são do Século
XVI ?
INÊS: Que pecado foi o
meu? Porque me dais tal prisão?
ESCUDEIRO: Vós buscastes discrição, Que culpa vos
tenho eu? Pode ser maior aviso, Maior discrição e siso Que guardar o meu
tisouro? Não sois vós, mulher meu ouro? Que mal faço em guardar isso? Vós não
haveis de mandar Em casa somente um pêlo. Se eu disser: – isto é novelo –
Havei-lo de confirmar E mais quando eu vier De fora, haveis de tremer; E cousa
que vós digais Não vos há-de valer mais Que aquilo que eu quiser.
5) Quais
justificativas o marido dá para mantê-la presa em casa ?
6) A
Farsa de Inês Pereira é uma comédia ou tragédia ?